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Ceratocone: técnica 'crosslinking' evita progressão da doença

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Procedimento é considerado "efetivo e de baixo custo, se comparado ao recurso cirúrgico", avalia especialista

(Foto: Getty Images)
Imagem ilustrativa. Médico explica que fatores genéticos, hormonais
e ambientais (alergias, coceiras nos olhos, estresse oxidativo)
costumam desencadear o problema
Apesar do nome estranho, o ceratocone é uma doença ocular de fácil compreensão. Trata-se de uma alteração das fibras de colágeno que, progressivamente, faz com que a córnea adquira formato cônico e irregular. O embaçamento da visão é, geralmente, o sintoma que mais leva o paciente a recorrer a um oftalmologista. Embora de início possa ser confundido com um grau elevado de astigmatismo, o diagnóstico de ceratocone ocorre depois de o paciente ser submetido a uma topografia corneana. De acordo com Renato Neves, oftalmologista à frente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, quanto mais cedo esse exame for realizado, maiores as chances de evitar a progressão da doença. Principalmente porque, nos últimos anos, a técnica crosslinking (reticulação do colágeno corneano) vem apresentando importantes resultados na estabilização do ceratocone.

“O processo de envelhecimento da pele está intimamente relacionado com a reticulação do colágeno, principalmente nas partes do corpo mais expostas à luz solar. O uso da luz ultravioleta, associado a um agente fotossensibilizante (riboflavina), é determinante para a indução da reticulação do colágeno corneano, técnica capaz de enrijecer a córnea, promovendo um tratamento mais conservador do ceratocone. O crosslinking promove a rigidez biomecânica da córnea, estabilizando a doença. Os resultados costumam ser observados num intervalo de 90 dias. Trata-se de um procedimento efetivo e de baixo custo, se comparado ao recurso cirúrgico”, diz Neves.

De acordo com o médico, essa técnica se resume em aplicações de vitamina B2 (riboflavina) na córnea. Quando exposto à luz ultravioleta a cada cinco minutos, durante um total de 30 minutos, esse agente fotossensibilizante estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno. O procedimento não só endurece a parte anterior da córnea e estabiliza o ceratocone, como em alguns casos proporciona melhor visão. “Trata-se de uma alternativa segura e que tem resultado em importantes benefícios para os pacientes. Mais de 100 artigos revisados de várias partes do mundo demonstraram que a efetividade do crosslinking gira em torno de 93%”.

O especialista explica que fatores genéticos, hormonais e ambientais (alergias, coceiras nos olhos, estresse oxidativo) costumam desencadear o problema – que geralmente surge ainda na puberdade, por volta dos 15 ou 16 anos. Mas também o uso incorreto de lentes de contato – bem como lentes que não permitem troca de oxigênio adequadamente – pode levar ao desenvolvimento do ceratocone. Já que a doença pode evoluir rapidamente, comprometendo a forma com que o jovem percebe o mundo e realiza suas tarefas, como estudar, dirigir, usar o computador etc., jamais deve ser negligenciada. Em casos mais severos de ceratocone, outras opções de tratamento podem ser indicadas, como o implante de lentes intraoculares fácicas, a inserção de anéis intracorneanos, cirurgia a laser (Excimer) para esculpir a córnea, cirurgia com laser de femtossegundo (Intralase) e até mesmo o transplante de córnea.

Fonte: Press Página 
Ceratocone: técnica 'crosslinking' evita progressão da doença Ceratocone: técnica 'crosslinking' evita progressão da doença Reviewed by Redação on 7/28/2014 02:17:00 PM Rating: 5

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