SP: MP denuncia seis empresas fornecedoras de merendas escolares por cartel

Revista Época traz conclusões da investigação realizada com dados de 2001 a 2011. Propinas eram pagas a funcionários públicos das três últimas gestões da prefeitura de São Paulo  

Por Bruno Zani

O Ministério Público do Estado de São Paulo vai denunciar na próxima semana empresas acusadas de envolvimento em esquema de corrupção no setor de merendas escolares. A informação está na próxima edição da revista ÉPOCA, da Editora Globo.

As companhias denunciadas são: SP Alimentação, Nutriplus, Geraldo J. Coan, De Nadai/Convida, Sistal e Terra Azul. As investigações apontam que elas combinaram entre si o preço final dos produtos, elaborando contratos superfaturados e pagando propinas a prefeituras e secretários municipais em um valor que pode ter chegado a R$ 400 mil.

"Esse cartel não só provocou um enorme prejuízo aos cofres públicos, como também prejudicou milhões de crianças, que receberam durante vários anos refeições de péssima qualidade," afirma o promotor Sílvio Antônio Marques em entrevista à revista.

De acordo com uma testemunha do processo, houve pagamento de propinas a funcionários das gestões de Marta Suplicy, (2001-2005), José Serra (2005-2006) e Gilberto Kassab (a partir de 2006).

O MP descobriu também, segundo a publicação, que o grupo das seis empresas dava dinheiro a integrantes da gestão de Marta. Um deles era Valdemir Garreta, petista que atuou como secretário de Comunicação e de Abastecimento.

A investigação mapeou sistemas de corrupção principalmente em cidades do interior, mas também foram encontradas pistas de ações similares em outros estados, como Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Minas Gerais.

Procuradas pela revista, as empresas que se manifestaram negaram participação em esquemas de fraude.

A revista Época chega às bancas neste sábado (25).