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Vacina contra febre amarela acaba na maioria dos serviços privados de saúde da capital paulista

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Os lotes terminaram devido à grande procura e novo lote deve chegar só na segunda quinzena de fevereiro

(Foto: Getty Images)
Porém, segundo especialista, não há motivo para alarde. A população paulistana que deve ser vacinada restringe-se aos grupos que viajarão para áreas de risco, com casos constatados de febre amarela
A FEHOESP - Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo constatou que a maioria dos serviços privados de saúde da capital não dispõe, no momento, da vacina da febre amarela. Os lotes importados, do Laboratório Sanofi Pasteur, terminaram devido à grande procura e há previsão da chegada de novo lote para clínicas privadas na segunda quinzena de fevereiro. As vacinas das clínicas privadas custam em média R$ 200,00.

Segundo o presidente da Federação, o médico Yussif Ali Mere Júnior, não há motivo para alarde. A população paulistana que deve ser vacinada restringe-se aos grupos que viajarão para áreas de risco, com casos constatados de febre amarela, como todo o Oeste do Estado de São Paulo, mais importantes cidades como Campinas e Ribeirão Preto. Viajantes que se deslocam pelo Brasil a turismo ou trabalho, e para viagens internacionais, devem verificar quais regiões exigem vacinas (132 países pedem o certificado da vacina a brasileiros) que devem ser tomadas dez dias antes da viagem.
   
Mesmo com a  falta temporária nas clínicas e hospitais privados, a população que irá viajar para áreas de risco pode procurar os serviços públicos, que oferecem a vacina produzida pela Fiocruz, gratuitamente.

O presidente da Federação dos Hospitais observa que é obrigação do poder público cuidar da prevenção e da distribuição de vacinas, sendo que  a rede privada complementa esse serviço à população.

A FEHOESP reproduz também orientação do Ministério da Saúde, de que a única  proteção contra o vírus é a vacina, que deve ser tomada duas vezes na vida em um intervalo de dez anos. Não podem receber a vacina gestantes, crianças menores de seis meses, imunodeprimidos e alérgicos a ovo.

Federação alerta hospitais e pronto-socorros sobre diagnóstico 

Em comunicados pelo site da entidade e redes sociais, a FEHOESP prossegue em sua campanha contra a tríplice epidemia, e agora contra o surto de febre amarela. O alerta é feito aos  serviços de saúde privados, incluindo médicos e funcionários, sobre a  necessidade de atenção para o diagnóstico da doença.

"Clinicamente, essas doenças causadas por arbovírus, quando leves, apresentam sintomas muito semelhantes e podem confundir o diagnóstico médico", alerta o presidente da Federação.

Pacientes com febre amarela, dengue, zika e chikungunya podem apresentar dor de cabeça, vômitos, dores pelo corpo, enfim, um quadro muito inespecífico. E o médico deve então pedir o exame  para constatar qual é a doença da qual suspeita. Existem dois tipos de testes de detecção da febre amarela: o sorológico ou a pesquisa de imunoglobulina.    

Na evolução da febre amarela , que pode acontecer em poucos dias, o paciente fica ictérico, amarelado, daí o nome febre amarela. A doença atinge rins e fígado.  Nesse quadro, os casos são graves e com alta letalidade. O período de incubação varia de 3 a 6 dias e o vírus fica no corpo humano no máximo 7 dias (os sintomas só aparecem 1 a 2 dias depois da contaminação). O tratamento não prevê medicação específica  e os cuidados, nos casos mais graves, devem ser intensivos , de UTI. No entanto, cerca de 50% dos casos da doença levam a óbito.

Falhas nas políticas públicas

Especialistas ouvidos pela FEHOESP, como o infectologista Roberto Focaccia, autor do Tratado de Infectologia, alertam para as graves falhas nas políticas preventivas do poder público, como a não vacinação adequada das populações de risco e falhas nas políticas de vacinação de viajantes.

Yussif Ali Mere Jr. alerta que sem uma política rigorosa do poder público, as arboviroses podem tornar-se gravíssimo problema de saúde pública. "Defendemos que as autoridades sanitárias tenham maior controle dos viajantes em áreas de risco. Não basta alertar a população. O poder público deve exercer maior fiscalização em portos, aeroportos e terminais rodoviários. A vacina não deve ser sugerida, mas exigida para aqueles que circulam em áreas de risco, mesmo dentro do país, já que a disseminação do vírus silvestre para as áreas urbanas pode ocorrer em decorrência da maior mobilidade da população", defende o médico.

O governo brasileiro exige a vacina contra a febre amarela para entrada no país de 132 nações, a maioria na África e Ásia. No entanto, no próprio Brasil, o controle é precário.Segundo mapeamento da Anvisa, praticamente o país todo está com indicação da vacina com exceção da região litorânea, que inclui Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.

Somam-se ainda problemas como o crescimento desordenado das cidades, a redução das florestas e a falta de saneamento básico, que garanta água e esgoto tratado para toda a população.
   
Fonte: Matsuda Press 
Vacina contra febre amarela acaba na maioria dos serviços privados de saúde da capital paulista Vacina contra febre amarela acaba na maioria dos serviços privados de saúde da capital paulista Reviewed by Redação on 1/31/2017 05:33:00 PM Rating: 5

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