Especialista explica como esse problema está onerando diretamente as companhias
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Em 2020 os transtornos mentais devem ser a principal causa de afastamentos |
Caracterizar a real causa das perturbações é muito difícil, pois geralmente há fatores desencadeados ao longo do tempo na vida do trabalhador. “O estresse consiste em um conjunto de perturbações que caracterizam o desequilíbrio físico e psíquico. Esse problema altera o cotidiano da pessoa em todos os sentidos, abalando o relacionamento com os colegas de trabalho, desempenho das atividades e, consequentemente, a produção na empresa”, explica a engenheira de segurança do trabalho, Marcia Ramazzini.
Segundo a especialista, o estresse pode ser classificado em dois tipos. O estresse ocupacional é geralmente de ordem organizacional, como conflitos com a chefia, responsabilidades mal delegadas, trabalho monótono ou repetitivo, entre outras atitudes vivenciadas dentro da empresa. Já o estresse não ocupacional é causado por fatores externos, tais como a morte de um ente querido, separação, problemas financeiros ou com os filhos, abusos físicos ou sexuais, brigas, entre outros que acontecem fora do ambiente de trabalho, mas que interferem no desempenho do funcionário durante a jornada.
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A engenheira de segurança do trabalho, Marcia Ramazzini |
A engenheira explica que existem programas específicos que começam pela alta direção e chegam até o chão de fábrica com objetivo de despertar a conscientização, observação e sensibilidade dos funcionários, que por muitas vezes não percebem os sintomas demonstrados pelos colegas de trabalho. “A prevenção cabe ao departamento de Gestão Ocupacional, porém os funcionários podem ser treinados e atuar como observadores comportamentais. Treinados, conseguem identificar com mais facilidade esses desvios”, completa.
Ainda de acordo com Marcia Ramazzini, a probabilidade de acidentes com funcionários estressados é muito alta, sendo assim, o departamento de Gestão Ocupacional deve estar sempre atento e criar estratégias de prevenção e cuidados. “O funcionário com transtornos mentais não detectados e tratados pode chegar a casos extremos. Exemplo disso é o caso do copiloto da Germanwings que derrubou o avião resultando em 150 mortes”, alerta a especialista.
Casos de estresse, afetam tanto o colaborador quanto a empresa, pois em casos de afastamentos a empresa fica, por um tempo, sem o funcionário treinado para a função. “No primeiro momento, o chefe precisa identificar, treinar e habilitar um colaborador que cubra as tarefas. Isso irá demandar tempo”, explica a engenheira.
Outra importante questão é que o aumento do índice de afastamento impacta a empresa devido ao aumento das alíquotas previdenciárias. O Fator Previdenciário de Prevenção (FAP) é um exemplo disso, que por conta dessas ocorrências pode ter a alíquota dobrada.
“As empresas devem começar a se preocupar e adotar programas específicos lembrando que é de nossa responsabilidade manter a integridade física e mental dos funcionários. Estamos cada vez mais ensimesmados, muitas vezes não sabemos quem está ao nosso lado. Olhamos a nossa volta e não enxergamos o que está acontecendo ao nosso redor, é aí que mora o problema. Acidente é comportamento e se faz com prevenção”, finaliza a especialista.
Fonte: Tantas
Estresse é a terceira causa de afastamento nas empresas brasileiras
Reviewed by Redação
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7/07/2016 05:18:00 PM
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