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Conheça mitos e verdades sobre a 'disfunção erétil'

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Doença é tão comum quanto desconhecida

(Foto: Getty Images)
Problema atinge cerca de 50% dos brasileiros acima dos 40 anos 
A disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, atinge em algum grau cerca de 50% dos brasileiros acima dos 40 anos ou 25 milhões de pessoas. No entanto, essa incidência massiva não quer dizer que existe um amplo conhecimento de homens e mulheres sobre essa doença que cresce anualmente em todo o mundo e possui estreita relação com problemas de saúde epidêmicos como o diabetes e doenças cardiovasculares. No Brasil, o assunto continua negligenciado no ambiente familiar e nas relações íntimas e infelizmente se mantém cercado de muitos tabus.

Para lançar luz sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) concentrou suas atividades educativas para orientar as pessoas sobre a gravidade da disfunção erétil. Lançou a campanha nacional 'De volta ao controle' e vem reforçando cada vez mais o papel do urologista e de sua equipe multidisciplinar no diagnóstico correto da disfunção erétil e na indicação dos tratamentos adequados.

Abaixo, os urologistas da SBU, Archimedes Nardozza e Antonio de Moraes, porta-vozes da campanha, esclarecem ao público os principais mitos e verdades sobre a disfunção erétil.

1) Ter dificuldade de alcançar e manter uma ereção, esporadicamente ou em raras situações, é um indício de que o homem tem disfunção erétil.

Mito. O fato de o homem eventualmente "falhar na hora H" não significa que tenha disfunção erétil ou impotência sexual. A doença pode estar presente quando há total incapacidade ou inconsistência para se atingir uma ereção ou a tendência de se sustentar ereções curtas é recorrente. A Sociedade Brasileira de Urologista disponibiliza um teste preliminar para o homem que está em dúvida se tem a doença. A entidade sempre orienta o homem a se consultar com o urologista, especialista no assunto que poderá atendê-lo com o auxílio de outros profissionais, como psicólogo, cardiologista e endocrinologista.

2) O homem desenvolve a disfunção erétil basicamente por causa do estresse da vida moderna e da ansiedade cada vez mais presente nas pessoas.

Mito. A disfunção erétil é uma doença de causas múltiplas. Pode estar associada a problemas de ordem psicológica, tais como ansiedade, depressão, fadiga, culpa, estresse, crise de relacionamento, expectativa sobre o desempenho sexual, entre outras. Mas a ereção pode ser afetada por questões orgânicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, disfunções hormonais (a exemplo de baixo nível de testosterona), decorrentes de doenças renais e hepáticas, traumas físicos e lesões neurológicas. Outra causa possível é o priapismo, ereção prolongada originada por outros motivos que não o desejo sexual e que pode ser resultado de anemia falciforme, terapias injetável e oral para disfunção erétil usadas de maneira inapropriada e consumo de drogas ilegais. Outro fator de risco é o uso de alguns remédios como antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anfetaminas, antagonistas da histamina, hormônios, opiáceos e medicamentos para doença cardiovascular e de Parkinson. A disfunção erétil também tem vínculos com alcoolismo, tabagismo e distúrbios sexuais como ejaculação precoce, diminuição da libido e até mesmo a Doença de Peyronie (curvatura acentuada do pênis). Pode resultar ainda de cirurgias que interrompam o fluxo de sangue ou inibam terminações nervosas (prostatectomia radical, ressecção transuretral da próstata, intestinais que envolvem o reto e períneo, de bexiga ou uretra, para a Doença de Peyronie e cirurgias da coluna vertebral).

3) Não conseguir manter a ereção após a primeira ejaculação é um sinal de disfunção erétil.

Mito. Do ponto de vista clínico, quando se consegue alcançar e manter uma ereção firme suficiente para a penetração e para a sustentação da relação sexual até o final, a probabilidade de haver comprometimento físico é muito pequena. Assim, não deve haver motivo de preocupação com uma doença quando ocorrem tentativas de ereção frustradas ou dificuldade para a segunda ereção na mesma noite. O tempo necessário para obter uma nova ereção varia de homem para homem e não há um período definido como normal. De qualquer forma, fatores emocionais podem interferir, por isso é importante observar o desempenho e procurar a avaliação completa de um urologista e de um profissional da área de psicologia especializado em sexualidade.

4) O urologista é o principal profissional para fazer o diagnóstico completo e adequando da doença.

Verdade. A consulta com o urologista é indispensável para se analisar o histórico de saúde do paciente e seus hábitos, como prática de atividades físicas, tipo de alimentação e consumo de álcool e de drogas. Para chegar ao diagnóstico, porém, o urologista solicitará alguns exames de avaliação dos sistemas urológico, nervoso, endócrino e vascular, que revelarão as causas do problema. Em geral, são feitos exames de dosagens hormonais e de avaliação do fluxo sanguíneo do pênis, por meio de ultrassonografia. De acordo com o resultado, o urologista poderá sugerir o acompanhamento conjunto de outros especialistas no tratamento ou ainda requisitar a troca de alguns medicamentos que podem estar relacionados ao aparecimento da disfunção erétil. O tratamento será prescrito somente depois de toda essa avaliação. Se não houver causas físicas, o paciente deverá ser encaminhado a um psicólogo, para que sejam identificadas as questões emocionais.

5) Como acontece em tantas outras enfermidades, na disfunção erétil existe uma linha terapêutica para cada estágio da doença.

Verdade. Existem tratamentos específicos para cada estágio da disfunção erétil, seja ela de causa orgânica, psicogênica ou mista. Dentre os mais conhecidos e utilizados estão os medicamentos orais, considerados de primeira linha porque são recomendados para a fase inicial da terapia. As quatro substâncias atualmente autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atuam na melhoria do fluxo de sangue para o pênis. Apresentam taxas de sucesso (ereções suficientes para penetração) que variam de 56% a 84%, embora não funcionem para até 30% dos homens. As bombas a vácuo, pouco utilizadas no Brasil, são outra opção não invasiva à qual os pacientes podem recorrer. São contraindicadas para os casos de problemas de coagulação, anemia falciforme e tratamento com anticoagulantes. Nesta fase inicial, ainda há a alternativa de aplicar supositórios diretamente no canal da uretra. A medicação é absorvida pela parede da uretra e passa a atuar nos corpos cavernosos, promovendo a ereção em cerca de 20 minutos. Menos invasivos que as injeções penianas, os supositórios oferecem resposta satisfatória de 30% a 40% e também são poucos utilizados no país. Não havendo ereção com as terapias anteriores ou se houver contraindicação e efeitos adversos significativos que indiquem a interrupção, os pacientes têm os injetáveis como segunda linha de tratamento. O próprio paciente aplica a injeção diretamente no corpo cavernoso do pênis para estimular o fluxo de sangue para o órgão e a ereção. Devido ao desconforto, dados sugerem a descontinuidade desse tipo de terapia em um ano. A principal causa de abandono do tratamento, a dor no local da aplicação, ocorre em até 40% dos pacientes. Para os pacientes sem sucesso com as terapias clínicas e disfunção erétil irreversível, as cirurgias de implante de próteses penianas são consagradas como uma alternativa definitiva e efetiva para uma ereção artificial para quem sofre do estágio mais grave da doença. O grau de satisfação chega a 97% e vem sendo cada vez mais utilizado no mundo. Existem dois tipos de prótese, a maleável (também chamada de semirrígida ou flexível) e a inflável. A semirrígida é composta por duas hastes cilíndricas, flexíveis e dobráveis a 90 graus, que são colocadas dentro do pênis, deixando-o constantemente rígido. Já a inflável é uma prótese que reproduz o preenchimento do pênis, imitando o fluxo sanguíneo natural no momento da ereção. Trata-se de uma tecnologia de inflação (enchimento) e deflação (esvaziamento) totalmente controlável. Ambas as próteses, semirrígida e inflável (dois e três volumes), também são recomendadas para a cirurgia de transgêneros, em que há interesse por um pênis funcional, e para reconstrução peniana em casos de amputação. A suspeita de causas psicológicas também deve ser bem avaliada, pois, durante o procedimento, o corpo cavernoso, que retém o sangue no pênis no processo natural, é dilatado para acomodar as hastes ou os cilindros, sem que haja possibilidade de reversão.

6) No Brasil, os sistemas de saúde garantem a cobertura de todos os tratamentos disponíveis para disfunção erétil.

Mito. O Sistema Único de Saúde distribui gratuitamente a substância sildenafila, na forma de comprimidos de 20, 25 e 50 gramas. O SUS também cobre a realização da cirurgia para implante da prótese peniana semirrígida. Nenhuma medicação, seja oral ou injetável, é oferecida pela saúde suplementar, os planos de saúde só cobrem a cirurgia para implante da prótese semirrígida. O SUS e os planos de saúde não garantem cobertura de bombas a vácuo, supositórios, injetáveis e implantes infláveis. Vale alertar que o acesso a qualquer terapia contra disfunção erétil deve ser mediante orientação e prescrição do urologista.

7) Os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico retomam normalmente a atividade sexual em curto prazo.

Verdade. Independentemente do tipo de prótese implantada, cada paciente se restabelece da cirurgia de uma forma diferente, mas o tempo médio de recuperação varia de quatro a seis semanas e da retomada da vida sexual de quatro a oito semanas. Algumas atividades precisarão ser suspensas durante esse período, especialmente as relações sexuais, e é o médico quem definirá o que poderá ou não ser feito nesse tempo. Seguindo à risca as orientações, a retomada da rotina será mais rápida e os resultados da cirurgia, ainda melhores. Após a cirurgia, é necessário treinamento para o correto manuseio da prótese, seja ela semirrígida ou inflável. Se o paciente costumava ter orgasmos antes de receber a prótese peniana (semirrígida ou inflável), continuará a tê-los normalmente. O mesmo vale para a capacidade de ejaculação. É recomendável consultar o urologista sobre os resultados esperados.

 Fonte: Ketchum
Conheça mitos e verdades sobre a 'disfunção erétil' Conheça mitos e verdades sobre a 'disfunção erétil' Reviewed by Redação on 2/03/2015 07:00:00 PM Rating: 5

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