Artigo │ Por Alcides Leite
(Foto: Getty Images)
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Ao entrarmos no período do governo Dilma (2011 e 2012), no entanto, nos surpreendemos com os resultados comparativos. Nesses dois anos, o crescimento da economia brasileira deverá ser o menor dentre os principais países emergentes do mundo, incluindo os países da América Latina. As tabelas seguintes confirmam esta conclusão. Estas tabelas comparam o crescimento da economia brasileira em 2011, 2012 (segundo projeção do FMI) e no acumulado do biênio, com o crescimento dos países emergentes, dos países membro dos BRICS, dos países latino-americanos e dos principais países sul-americanos.
Vemos, pela tabela acima, que em 2011 o Brasil cresceu menos que a metade do crescimento dos países emergentes e em 2012 cresceu menos de um terço. No biênio, a economia brasileira cresceu próximo a um terço da economia dos países emergentes.
Como o país faz parte do grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é importante fazer a comparação do crescimento da economia nacional com os demais países do grupo. A tabela seguinte mostra esta comparação.
A tabela nos mostra que o crescimento da economia brasileira no período foi a metade do registrado pela economia russa, um terço da indiana, e menos de um quarto da chinesa. O incremento da nossa economia foi inclusive inferior ao da sul-africana, país que apresenta um nível de desemprego da ordem de 25%, segundo dados da revista The Economist.
As duas comparações anteriores podem distorcer um pouco a avaliação, segundo analistas mais precisos. O crescimento da China e o da Índia costumam ser muito mais elevados do que o dos demais países emergentes. O mais correto, poderiam alegar os analistas, deveria ser a comparação do crescimento da economia brasileira com a dos demais países da América Latina ou, ainda mais preciso, a comparação entre o Brasil e os principais países latino-americanos exportadores de commodities (minerais e alimentícias), uma vez que os perfis das economias destes países são similares. Nas tabelas seguintes apresentamos essas duas comparações.
O crescimento da economia brasileira no biênio 2011/2012 será quase a metade do apurado no grupo dos países da América Latina e Caribe (incluído o Brasil). Comparado à Argentina, país exportador de commodities agrícolas, o crescimento brasileiro foi próximo de um terço. Em relação ao Chile e Peru, países exportadores de commodities minerais, chegamos ao mesmo um terço no período.
Ainda podemos fazer a comparação do crescimento do PIB do Brasil, México e Colômbia, países latino-americanos com fortes mercados internos.
Todos estes números nos mostram que o Brasil está ficando para trás, não somente em relação aos países emergentes asiáticos, mas também em relação aos nossos vizinhos latino-americanos.
(Foto: divulgação)
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Alcides Leite é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios |
Brasil: a frieza dos números
Reviewed by Redação
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11/09/2012 03:44:00 PM
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