campa-insta


Nove milhões de brasileiros têm dificuldades auditivas

Compartilhar no WhatsApp!
Processo de envelhecimento e exposição a sons intensos são as principais causas da perda de audição

Por Verônica Pacheco

(Foto: Getty Imagens)
Problema pode ser identificado já na primeira
consulta com o médico otorrinolaringologista
Mais de nove milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência auditiva, segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total, 7,5 milhões de pessoas possuem alguma limitação, 1,8 milhão tem grande dificuldade e 347 mil não conseguem ouvir. “A perda de audição é irreversível, já que não é possível reverter as lesões que causaram o comprometimento das estruturas do ouvido interno”, destaca a otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Guimarães.

O envelhecimento é umas das principais causas da perda de audição. Conforme a idade avança, as células auditivas envelhecem e morrem e não há a reposição destes componentes. Com a redução no número das células ocorre a perda auditiva de maneira progressiva. “O indivíduo não percebe quando este processo tem início e só se dá conta de que a audição está reduzida quando a situação está avançada. É fundamental ficar atento aos sinais que apontam alguma alteração auditiva, como dificuldades para ouvir sons na mesma altura do que outras pessoas e falar alto demais”, aponta.
(Foto: divulgação)
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães
Outros indícios da perda de audição são zumbido, problemas para entender a fala e sensação de tontura. A audição ainda pode ser comprometida pela exposição intensa a ruídos, seja no trabalho ou no lazer como as baladas do fim de semana. Os cuidados com os ouvidos devem ser constantes para adiar o comprometimento das vias auditivas. “As pessoas que trabalham em locais com barulho intenso devem usar protetores auriculares. Este recurso ajuda a evitar a perda auditiva e a proteger os ouvidos de possíveis lesões que o ruído pode causar”, recomenda.

Apenas os sons que atingem até 85 decibéis (dB) são considerados toleráveis. Se este limite for ultrapassado – conforme o tempo de exposição e a intensidade sonora – pode haver comprometimento nas estruturas auditivas. “A perda auditiva prejudica não apenas a parte física, mas também afeta aspectos psicossociais. O paciente fica constrangido por não conseguir se comunicar normalmente e acaba se isolando. Afastado socialmente e sem a atenção adequada da família e dos amigos, o indivíduo se sente solitário e na maioria das vezes o quadro evolui para um estado depressivo”, observa.

Para detectar qualquer alteração na audição é necessário ir a uma consulta com um otorrinolaringologista, profissional que possui conhecimentos aprofundados sobre os ouvidos, seu funcionamento e suas doenças. “O problema pode ser identificado já na consulta inicial, mas mesmo assim é preciso fazer o exame audiométrico, que permite um diagnóstico mais concreto. Outras avaliações complementares também podem ser solicitadas, com o objetivo de analisar melhor a situação e indicar o tratamento mais adequado”, enfatiza.

Existem várias estratégias de tratamento da perda auditiva, sendo que a indicação de uso de aparelhos auditivos é a mais comum. Cerca de 95% dos pacientes conseguem se beneficiar da amplificação sonora, que está cada vez menos visível, invasiva e mais eficaz. “Cada caso é único e por isso estão disponíveis no mercado vários modelos diferentes, que atendem a variadas necessidades”, afirma a médica, que também é responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Os aparelhos auditivos são adaptados nos ouvidos de acordo com o grau de perda de audição e a vida auditiva do paciente. Existem modelos colocados atrás da orelha, chamados de adaptação aberta, que não são visiveis quando se olha de frente ou de perfil e modelos fabricados de acordo com o tamanho do ouvido do paciente, por meio do molde do conduto auditivo. Com o avanço da tecnologia, alguns dispositivos não requerem mais a pré-moldagem para garantir conforto ao usuário. “O aparelho é indicado dentro de um tratamento completo, que exige seleção, adaptação e acompanhamento. A regulagem deve ser feita periodicamente para assegurar a eficácia deste recurso e casos com maior dificuldade de compreensão dos sons da fala requerem treinamento auditivo após a adaptação dos aparelhos”, acrescenta Rita.
Nove milhões de brasileiros têm dificuldades auditivas Nove milhões de brasileiros têm dificuldades auditivas Reviewed by Redação on 4/01/2012 11:43:00 PM Rating: 5

Nenhum comentário

Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com

-

Publicidade

-