Por Alisson Matos
(Foto: J. B. Scalco)
Comecei a escrever esse texto a pensar no Sócrates, o eterno Doutor, o homem da democracia, o craque do calcanhar, o filósofo brasileiro, o mito corintiano. Um sujeito simples e de ideais que vão de encontro com o que vemos e vivemos há séculos. Garoto que nasceu no Botafogo de Ribeirão Preto, passou a torcer pelo Santos e desafiou a regra número 1 dos imbecis que teimam em aviltar e discutir o significado de uma paixão: “troca-se de coração, de mulher, mas não se troca de time.” Pois Sócrates trocou, foi conquistado por uma inigualável nação, tornou-se ídolo e teve, na sua despedida do mundo que tanto lutou para mudar, no derradeiro duelo do seu time do coração no Brasileirão, mais que uma homenagem: uma veneração.
Pois bem, com os braços erguidos e os punhos devidamente cerrados, os torcedores viram o início da partida, num Pacaembu mágico que, desta vez, reservaria o título ao time do povo. A bola rolou e o que se viu foi um jogo equilibrado com o Palmeiras, em certos momentos, superior e com maior posse de bola. O destino, mais uma vez, parecia desenhar que haveria sofrimento, sentimento que corre na veia de cada integrante do bando de loucos.
Mas se a primeira etapa foi embora sem deixar saudade, até porque o Vasco vencia o Flamengo no Engenhão, no segundo tempo a Fiel foi Fiel e não esperou acontecer, ela fez acontecer e o escrete alvinegro passou a dominar o jogo como nos tempos em que um tal Doutor perfilava seu talento.
O Timão jogava melhor, ia para cima e já merecia melhor sorte. O Palmeiras até bola na trave mandou para angústia aumentar. Lá pelas tantas entre extenuados e esperançosos, Valdívia e, pouco tempo depois, Wallace foram expulsos para contemplar de vez o clássico. A Fiel, é claro, não parava. E o time respondia com bela jogada de Liédson e quase gol alvinegro. No Rio, o Flamengo, com o ex-corintiano Renato, empatava e o Pacaembu enlouquecia.
O tempo não passava, o sofrimento aumentava e o título não vinha. Até que, no Engenhão, o juiz encerrou a partida. O Corinthians se tornara, mais uma vez, campeão brasileiro. Só faltava acabar no Pacaembu.
E acabou. Num jogo sem gols, o Corinthians conquistou seu quinto nacional.
Dia de alegria e tristeza.
O Corinthians ganhou um título.
O Brasil perdeu um herói.
(Foto: J. B. Scalco)
Comecei a escrever esse texto a pensar no Sócrates, o eterno Doutor, o homem da democracia, o craque do calcanhar, o filósofo brasileiro, o mito corintiano. Um sujeito simples e de ideais que vão de encontro com o que vemos e vivemos há séculos. Garoto que nasceu no Botafogo de Ribeirão Preto, passou a torcer pelo Santos e desafiou a regra número 1 dos imbecis que teimam em aviltar e discutir o significado de uma paixão: “troca-se de coração, de mulher, mas não se troca de time.” Pois Sócrates trocou, foi conquistado por uma inigualável nação, tornou-se ídolo e teve, na sua despedida do mundo que tanto lutou para mudar, no derradeiro duelo do seu time do coração no Brasileirão, mais que uma homenagem: uma veneração.
Pois bem, com os braços erguidos e os punhos devidamente cerrados, os torcedores viram o início da partida, num Pacaembu mágico que, desta vez, reservaria o título ao time do povo. A bola rolou e o que se viu foi um jogo equilibrado com o Palmeiras, em certos momentos, superior e com maior posse de bola. O destino, mais uma vez, parecia desenhar que haveria sofrimento, sentimento que corre na veia de cada integrante do bando de loucos.
Mas se a primeira etapa foi embora sem deixar saudade, até porque o Vasco vencia o Flamengo no Engenhão, no segundo tempo a Fiel foi Fiel e não esperou acontecer, ela fez acontecer e o escrete alvinegro passou a dominar o jogo como nos tempos em que um tal Doutor perfilava seu talento.
O Timão jogava melhor, ia para cima e já merecia melhor sorte. O Palmeiras até bola na trave mandou para angústia aumentar. Lá pelas tantas entre extenuados e esperançosos, Valdívia e, pouco tempo depois, Wallace foram expulsos para contemplar de vez o clássico. A Fiel, é claro, não parava. E o time respondia com bela jogada de Liédson e quase gol alvinegro. No Rio, o Flamengo, com o ex-corintiano Renato, empatava e o Pacaembu enlouquecia.
O tempo não passava, o sofrimento aumentava e o título não vinha. Até que, no Engenhão, o juiz encerrou a partida. O Corinthians se tornara, mais uma vez, campeão brasileiro. Só faltava acabar no Pacaembu.
E acabou. Num jogo sem gols, o Corinthians conquistou seu quinto nacional.
Dia de alegria e tristeza.
O Corinthians ganhou um título.
O Brasil perdeu um herói.
De Olho no Lance: Alegria e tristeza: o Mito, o título e o Corinthians
Reviewed by Alisson Matos
on
12/04/2011 08:14:00 PM
Rating:
Nenhum comentário
Fale com a redação: contato@portaltelenoticias.com