Problema popularmente conhecido como derrame cerebral acomete 250 mil brasileiros a cada ano
Por Alberto Madjer
(Foto: reprodução da Internet)
Nesta época do ano é celebrada data em homenagem aos idosos – 1º de outubro é o “Dia Nacional do Idoso” –, oportunidade para abordar um dos problemas de saúde que mais afeta essa população: o acidente vascular cerebral (AVC). Com o avanço do envelhecimento populacional, fenômeno que também ocorre no Brasil (hoje o país tem 14,5 milhões de idosos), as doenças típicas da maturidade também ganham proporções maiores. De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC é a doença cardiovascular que mais mata os adultos brasileiros. Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apontam que a cada ano surgem 250 mil novos casos de AVC no país, sendo que 40% das aposentadorias precoces decorrem dos derrames e infartos.
Entre as principais causas de AVC está a fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca comum, que afeta principalmente as pessoas com idade avançada. “O acidente vascular cerebral decorrente da fibrilação atrial tende a ser mais grave do que o AVC causado por aterosclerose (placas de gordura que obstruem as artérias no cérebro)”, explica o Dr. Roberto Dischinger Miranda, chefe do Serviço de Cardiologia da Disciplina de Geriatria da Unifesp e presidente do Departamento de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Para um paciente idoso, as consequências de um AVC relacionado à arritmia cardíaca são mais complicadas, pois o derrame tende a ser mais extenso, com mais sequelas motoras e tempo de internação maior, fatores que pioram muito sua qualidade de vida”, comenta Miranda.
De acordo com o Dr. Mauricio Scanavacca, cardiologista do Grupo de Arritmias Cardíacas do Instituto do Coração (Incor, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), cerca de 60% dos pacientes acima dos 75 anos com fibrilação atrial são mulheres. “É uma doença que praticamente não acomete pessoas jovens e está relacionada a fatores como hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares pré-existentes”, afirma Scanavacca.
No entanto, os especialistas afirmam que é possível prevenir o AVC em boa parte dos pacientes com fibrilação atrial com o uso de anticoagulantes modernos, como a rivaroxabana (Xarelto, da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, atualmente em fase de aprovação pela ANVISA para essa indicação). “O tratamento padrão aplicado nos últimos 50 anos à base de varfarina é eficaz, no entanto, de difícil administração e acompanhamento por parte de médicos e pacientes, pois demanda a realização de exames periódicos para verificar a coagulação sanguínea e também possui diversas interações com outros medicamentos usados pelos pacientes mais idosos, bem como com alimentos”, destaca Scanavacca.
O surgimento de anticoagulantes modernos como Xarelto é visto como uma oportunidade de ampliar a prevenção do AVC entre os pacientes com fibrilação atrial. “Até o momento, com apenas um tratamento que possui diversas limitações, o número de pessoas beneficiadas pela prevenção está muito longe do ideal, o que deve mudar com o surgimento de fármacos de administração mais fácil”, conclui o Dr. Roberto Dischinger Miranda. Conforme o especialista, a prevenção do AVC com uso de anticoagulantes precisa sempre ser avaliada por um médico.
Por Alberto Madjer
(Foto: reprodução da Internet)
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A fibrilação atrial, tipo comum de arritmia cardíaca, afeta principalmente pessoas com idade avançada e aumenta o risco de derrame |
Entre as principais causas de AVC está a fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca comum, que afeta principalmente as pessoas com idade avançada. “O acidente vascular cerebral decorrente da fibrilação atrial tende a ser mais grave do que o AVC causado por aterosclerose (placas de gordura que obstruem as artérias no cérebro)”, explica o Dr. Roberto Dischinger Miranda, chefe do Serviço de Cardiologia da Disciplina de Geriatria da Unifesp e presidente do Departamento de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Para um paciente idoso, as consequências de um AVC relacionado à arritmia cardíaca são mais complicadas, pois o derrame tende a ser mais extenso, com mais sequelas motoras e tempo de internação maior, fatores que pioram muito sua qualidade de vida”, comenta Miranda.
De acordo com o Dr. Mauricio Scanavacca, cardiologista do Grupo de Arritmias Cardíacas do Instituto do Coração (Incor, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), cerca de 60% dos pacientes acima dos 75 anos com fibrilação atrial são mulheres. “É uma doença que praticamente não acomete pessoas jovens e está relacionada a fatores como hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares pré-existentes”, afirma Scanavacca.
No entanto, os especialistas afirmam que é possível prevenir o AVC em boa parte dos pacientes com fibrilação atrial com o uso de anticoagulantes modernos, como a rivaroxabana (Xarelto, da Bayer HealthCare Pharmaceuticals, atualmente em fase de aprovação pela ANVISA para essa indicação). “O tratamento padrão aplicado nos últimos 50 anos à base de varfarina é eficaz, no entanto, de difícil administração e acompanhamento por parte de médicos e pacientes, pois demanda a realização de exames periódicos para verificar a coagulação sanguínea e também possui diversas interações com outros medicamentos usados pelos pacientes mais idosos, bem como com alimentos”, destaca Scanavacca.
O surgimento de anticoagulantes modernos como Xarelto é visto como uma oportunidade de ampliar a prevenção do AVC entre os pacientes com fibrilação atrial. “Até o momento, com apenas um tratamento que possui diversas limitações, o número de pessoas beneficiadas pela prevenção está muito longe do ideal, o que deve mudar com o surgimento de fármacos de administração mais fácil”, conclui o Dr. Roberto Dischinger Miranda. Conforme o especialista, a prevenção do AVC com uso de anticoagulantes precisa sempre ser avaliada por um médico.
Idosos correm mais risco de AVC provocado por arritmia cardíaca
Reviewed by Redação
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10/01/2011 11:49:00 AM
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