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Crônica: Rotina

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Por Danilo Quintal

(Foto: reprodução da Internet)
Mais um dia de trabalho vencido, mas meu dia não acabou! Hora de tirar esta roupa engomada e voltar ao meu estilo habitual. Pegar um pouco de coragem na gaveta para encarar o trânsito da grande São Paulo. E lá vou eu...

Após, um breve "tchau" às minhas queridas, falsas e ordinárias colegas de trabalho sigo até o ponto de ônibus. Com passos calmos e tragando levemente um cigarro vou me afastando daquele cenário coberto pela natureza de rica fauna e flora. Sinto um alívio ao cruzar o portão, uma tarefa cumprida.

Ao atravessar a rua aguardo tranquilamente o ônibus que tem como destino o metrô Santana. Passam-se dez minutos e já trafegaram por aqui diversos ônibus, mas não o meu! Vinte longos minutos, enfim, o desejado! Dou sinal com o dedo indicador direito levantado, subo no ônibus e arrisco um: "boa tarde, motô!"

Sem sucesso, não valeu nem pela educação, muito menos pela intimidade de abreviar "motorista". Tentando esconder a vergonha passo pela catraca e abro um sorriso "amarelo" para o cobrador, sem esperar o retorno. Caminho até o fundo e sento, após pedir licença a uma senhora, no último grupo de bancos.

Já acomodado e com uma viagem de vinte e cinco minutos pela frente, respiro e tento ler um livro, mas sou interrompido constantemente por um casal aos amassos e beijos e por duas senhoritas que estão a fofocar. Difícil é decidir o que me chama mais atenção: a excitação do casal ou as "boas novas" das senhoritas.

Enquanto a dúvida me atormenta o ônibus já percorreu todo o seu caminho. Espero as pessoas descerem, uma a uma, desço e ainda preciso andar um pouco. Os relógios badalam seis e trinta da tarde, o início da famosa "hora do rush", e a cidade de arranha-céus é tomada por loucos animais da espécie humana. E no metrô é assim, entrar é questão de honra, manter-se dentro do vagão uma luta pela sobrevivência, sair ileso uma grande conquista.

Rodo a catraca, entro no metrô, a campanhia toca e o maquinista avisa: "Próxima estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo do trem... Acesso à linha três, vermelha." Bem vindo ao inferno do cidadão paulistano!
Crônica: Rotina Crônica: Rotina Reviewed by Diego Martins on 9/08/2010 04:56:00 PM Rating: 5

Um comentário

  1. Cara, a cada dia que passa tenho menos paciencia com esses coletivos. Só com um fone de ouvido mesmo pra conseguir aguentar tanta falta de educação e gente irritante junta.

    Otima crônica!

    Abçs!!

    Danilo Moreira
    http://blogpontotres.blogspot.com/

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