Artigo da semana: Ahhhh essas metáforas...

Por Amanda Cotrim

Como disse Carlos Drummond
de Andrade: “Tem o dia que
faltam os namorados”...

Entre os percalços da vida, há nela qualquer coisa de surreal, enigmático, subjetivo... Mítico, até explicação capacitada na qual a semântica se limita; porque nem tudo que se sente, se explica.

Esse é o mistério mais bem revelado nas entrelinhas daqueles que se permitem amar! Para embalar e justificar esse primeiro parágrafo, aí vai meu risco mais consciente: Meu poema!


Ah! Menino que te mostro caminhos
Te rasgo em palavras de novelos e me
confundo nas metáforas,
desenrosco, desato e depois te dou um nó
em minhas artérias,
e penetro tuas entranhas, e
aos teus desejos, teus enganos,
ofereço meus carinhos,
o meu dengo o meu colo

Ah! Menino que te espero tímido.
Te espio de longe,
calada silenciosa,
encolhida atrás de algum lugar,
te espio pela fresta de alguma porta.
Fico estática esperando
que você me ache e
quem sabe um dia me abrace,
e estanque esta doença
do querer fantasiar.