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Terapia de reposição hormonal: fazer ou não?

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Ginecologista alerta que a reposição iniciada muito tempo depois da menopausa pode ser perigosa e pondera que a avaliação deve ser criteriosa e feita caso a caso

(Foto: Getty Images)
Estudos sobre o tema apontam para possíveis riscos decorrentes
da reposição hormonal
A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) é sempre um assunto que divide opiniões, tanto médicas quanto das mulheres que sentem os incômodos da menopausa. Isso porque, apesar de ser o climatério uma fase natural na vida de todas as mulheres a partir dos 50 anos, é preciso considerar a relação risco x benefícios da reposição hormonal, individualmente, de acordo com o histórico de saúde de cada paciente. A ginecologista e mastologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, explica que há alguns critérios que devem ser avaliados na prescrição do tratamento dos sintomas da menopausa, como idade, tempo de climatério, dosagem hormonal, via de administração dos hormônios, entre outros.

Estudos sobre o tema apontam para possíveis riscos decorrentes da reposição hormonal. Dentre eles, está o aumento de incidência de câncer de mama e doença tromboembólica nas mulheres submetidas à TRH. “Apesar de a incidência em números absolutos de efeitos adversos ser baixa e o risco individual, no primeiro ano de tratamento, ser muito pequeno, esses riscos são cumulativos com o tempo de uso de hormônios”, afirma a ginecologista, que reforça a necessidade de avaliação caso a caso.

De acordo com a especialista, a TRH pode ser indicada preferencialmente na perimenopausa (fase que antecede a menopausa, com as últimas menstruações) ou nos primeiros anos da menopausa, em mulheres sintomáticas na faixa dos 50 a 59 anos de idade. A reposição hormonal, nestes casos, serve para combater as famosas ondas de calor – chamadas de fogachos –, além de sintomas de ressecamento vaginal, problemas urinários, perda de libido e perda de memória e cognitiva. Além disso, a TRH atua contra a perda de massa óssea precoce, conhecida como osteoporose – que confere maior risco de fraturas às mulheres – e aumenta a proteção cardiovascular, diminuindo o risco de Infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

“Nessa população até 59 anos, a TRH pode conferir enormes benefícios, mas se o tratamento de reposição hormonal começar depois de mais de 10 anos do início da menopausa, pode levar a efeitos colaterais perigosos”, pondera a Dra. Juliana, que complementa: “A duração do tempo de prescrição da TRH ainda é um desafio, pois os estudos realizados até hoje são inconsistentes para definir quando interromper a hormonioterapia. A decisão de iniciar ou manter a reposição hormonal, repito,deve ser individualizada, com base na gravidade dos sintomas. Além disso, a terapia precisa ser permanentemente monitorizada e pode ser mantida enquanto os benefícios forem superiores aos riscos, sempre sob supervisão médica”, alerta.

Para a realização da TRH, existem os medicamentos hormonais tradicionais encontrados nas farmácias e também os chamados ‘hormônios bioidênticos’, geralmente processados em farmácias de manipulação. Porém, estes últimos não são recomendados pela médica. “Não existem razões médicas ou científicas para recomendar esse tipo de hormônios. As preparações hormonais bioidênticas ou ‘customizadas’ não foram testadas em estudos e sua pureza e riscos são desconhecidos”, aponta a ginecologista.

Uma forma natural de amenizar os sintomas da menopausa, que pode ser realmente incômoda para algumas mulheres, é adotar um estilo de vida saudável, prestando maior atenção à alimentação e praticando atividades físicas.

“A transição da menopausa pode estar associada a um declínio considerável na qualidade de vida decorrente da diminuição dos níveis de hormônios circulantes no organismo feminino. Então, manter um estilo de vida com alimentação adequada, exercícios físicos e práticas de atividades redutoras de estresse, como meditação e yoga, podem auxiliar muito essas mulheres a passar pelas modificações dessa fase com mais qualidade de vida”, explica a médica da clínica Altacasa, na capital paulista, que dá ainda outras dicas para amenizar os incômodos da menopausa.

- Manter uma dieta rica em cálcio, com suplementação de vitamina D e alimentos derivados da soja (isoflavona), associada a exercícios físicos regulares, auxiliam na manutenção de massa óssea e muscular, além de propiciarem bem estar físico e manutenção do peso corporal;

- O uso de medicamentos fitoterápicos, como borago officinalis, glicynemax, cimifuga racemosa, hipericum perforatum, entre outros, podem ter efeito bastante positivo no tratamento dos sintomas menopáusicos;

- Medicamentos não hormonais, como alguns antidepressivos, podem ser utilizados no tratamento de fogachos e alterações de comportamento, como depressão e ansiedade;

- Hormônios tópicos vaginais podem trazer alívio para sintomas de ressecamento na vagina e dores nas relações sexuais. O uso em conjunto com hidratantes vaginais e lubrificantes nas relações também pode melhorar a saúde sexual da mulher. Além disso, técnicas que utilizam laser e radiofrequência vaginais apresentam bons resultados contra esses sintomas.

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada
Terapia de reposição hormonal: fazer ou não? Terapia de reposição hormonal: fazer ou não? Reviewed by Redação on 11/07/2018 09:18:00 PM Rating: 5

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