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Pontapé inicial da Copa será dado por paraplégico usando veste robótica

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Finep financia o projeto Andar de Novo, do neurocientista Miguel Nicolelis  

(Foto: divulgação)
Paraplégico durante teste com o exoesqueleto
O Projeto Andar de Novo está em contagem regressiva para apresentar ao mundo pela primeira vez uma das grandes conquistas até aqui: durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho, na Arena Corinthians, em São Paulo, um jovem adulto paraplégico dará um chute simbólico usando um exoesqueleto, ou veste robótica, controlado pela sua atividade cerebral. Será só o começo – como acredita o neurocientista Miguel Nicolelis, líder do projeto – de um futuro em que pessoas com paralisia poderão abrir mão de cadeiras de rodas e, literalmente, andar de novo. O projeto é financiado pela Finep, empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com R$ 33 milhões.

O Projeto Andar de Novo é um consórcio formado por centenas de pessoas de universidades e institutos de pesquisa do mundo todo, cujo comando científico é do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. São cientistas e especialistas, de 25 nacionalidades de todos os continentes. O objetivo do projeto é desenvolver uma tecnologia de interface cérebro-máquina que permita pessoas com mobilidade restringida – como paraplégicos – a voltar a andar usando a mente para controlar um equipamento externo, que substituiria os membros inferiores. Dezenas de trabalhos científicos publicados nas melhores revistas do mundo embasam a estratégia escolhida para executar o projeto.

(Foto: divulgação)
Neurocientista Miguel Nicolelis
No dia 29 de abril de 2014 um dos pacientes conseguiu dar os primeiros passos com a veste robótica, usando somente o cérebro para os comandos. Até o dia 20 de maio, os pacientes já tinham dado, em média, 120 passos com o exoesqueleto cada um. Agora estão previstos testes em ambiente semelhante ao da abertura da Copa do Mundo. Desta forma, todos os objetivos científicos, clínicos e tecnológicos dessa fase do projeto foram alcançados. Os resultados serão apresentados à comunidade científica por meio de publicação em revistas científicas nos próximos meses.

No Brasil, a operação do Andar de Novo é liderada pelo IINN-ELS (Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra) e conta com a parceria da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), em São Paulo. Em janeiro de 2013, o projeto recebeu investimento da Finep, que propiciou os recursos necessários para a realização desta fase do projeto no IINN-ELS e a criação nas novas instalações de um laboratório em São Paulo, onde a equipe reunida por Miguel Nicolelis trabalha diuturnamente no desenvolvimento de uma nova forma de neuroreabilitação e de um exoesqueleto.

Demonstração na Copa do Mundo

(Foto: divulgação)
Teste com a bola
Na cerimônia de abertura da Copa do Mundo haverá uma demonstração de todas as tecnologias produzidas pelo projeto Andar de Novo nos últimos 17 meses. Um dos oito pacientes da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) que participaram dos testes clínicos será encarregado de um “chute simbólico” da Brazuca (nome da bola oficial do torneio) movimentando o exoesqueleto somente com a atividade cerebral, assim como ocorreu no laboratório na fase de testes com humanos.

A iniciativa será uma apresentação da pesquisa e não faz parte do estudo científico. O objetivo é aproximar a ciência da população brasileira e de todo o mundo: uma audiência estimada na casa dos bilhões de pessoas assistirá ao momento em que o cérebro humano – e a ciência brasileira – darão um dos seus maiores passos.

Para realizar essa proeza, todo o sistema desenvolvido pelo projeto Andar de Novo passou por inúmeros testes de segurança, um deles realizado em 15 de março no estádio do Pacaembu. No gramado, neuroengenheiros do projeto obtiveram registros da atividade elétrica cerebral antes, durante e após a partida Palmeiras x Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista.

No dia 4 de abril de 2014, o secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke manifestou apoio ao Projeto Andar de Novo por meio de artigo publicado no portal da entidade. Segundo ele, “a FIFA está trabalhando em estreita colaboração com a equipe do professor Nicolelis para mostrar ao mundo, pela primeira vez, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, uma pessoa com paralisia andar em campo”.


Próximos passos

O Projeto Andar de Novo não tem o objetivo de fazer apenas a demonstração na abertura da Copa do Mundo de 2014. Ao contrário, a equipe de Miguel Nicolelis e todos os envolvidos seguirão trabalhando no aperfeiçoamento da tecnologia. O dia 12 de junho, portanto, é só o começo de um futuro em que a veste robótica evolua a ponto de permitir que qualquer pessoa com paralisia possa andar livremente se torne acessível. E o Mundial de futebol será um marco para mostrar ao mundo que o projeto está caminhando nessa direção.

Fonte: Finep
Pontapé inicial da Copa será dado por paraplégico usando veste robótica Pontapé inicial da Copa será dado por paraplégico usando veste robótica Reviewed by Redação on 6/09/2014 03:33:00 PM Rating: 5

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