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Câncer de pele, um problema de saúde pública

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Artigo │ Por Dr. Ellias Magalhães

(Foto: Getty Images)
Imagem ilustrativa. É importante a avaliação médica de pintas
e manchas de crescimento progressivo
O câncer de pele é considerado hoje um grande problema de saúde pública no mundo. Apesar de sua baixa letalidade em relação a outros tipos de tumores malignos, é o câncer mais prevalente na população humana. Estimativas do INCA apontam que em 2012 foi a neoplasia mais diagnosticada no Brasil, com mais de 120 mil casos, ainda que seja uma doença sobnotificada/subdiagnosticada. Está diretamente relacionada à exposição solar exagerada, câmaras de bronzeamento artificial, à tonalidade da pele, ao envelhecimento da população e apresenta um padrão de distribuição geográfica.

O câncer de pele é dividido em dois grandes grupos: melanoma e não melanoma. O primeiro é considerado uma entidade à parte, tem uma baixa incidência (cerca de 3 casos por 100.000 pessoas/ano) e história natural bastante diferente, sendo mais agressivos, de crescimento rápido e com maior potencial de disseminação para outros órgãos. Os tumores de pele não melanomas são doenças muito mais comuns (cerca de 70 casos por 100.000 habitantes / ano), possuem um curso clínico mais indolente, lento crescimento e raramente disseminam para órgãos a distância (2 a 5% dos casos). Apesar de muito prevalente, apresenta baixa taxa de mortalidade e menos de 4% dos pacientes vão a óbito devido à doença.

Todos estes tumores de pele citados estão relacionados à exposição solar. Os raios UVA e UVB emitidos pelo sol induzem mutações nas células da pele, podendo levar à sua malignização, desencadeando um processo de proliferação celular desordenado que resultará, anos depois, em um tumor de pele. A melanina, pigmento humano que dá coloração à pele, age como um bloqueador natural dos raios UVA e UVB. Assim sendo, indivíduos com tonalidade de pele mais clara (olhos claros, ruivos), que têm pouca melanina, estão mais propensos a desenvolverem câncer de pele. A doença raramente acomete negros. Sua distribuição também sofre influência geográfica, sendo mais comum em regiões próximas à linha do equador, onde a intensidade dos raios solares é maior e mais duradoura.

Estudos sugerem que as reações negativas da radiação solar tem efeito cumulativo. Isso explica porque a doença é mais comum em áreas do corpo constantemente expostas ao sol, como o rosto e a parte superior do tronco (70% dos casos), assim como porque tem maior incidência em indivíduos idosos. Raramente observa-se câncer de pele antes dos 40 anos. Estudos também indicam que a radiação solar sofrida na infância e até os 18 anos tem impacto mais expressivo no desenvolvimento do câncer do que a mesma exposição em idades mais avançadas.

O paciente deve sempre procurar auxílio médico para avaliação de pintas e manchas de crescimento progressivo. Tumores de pele podem causar dor, manifestar-se como uma ferida que não cicatriza, sangrante ou alterações da coloração da pele. Na suspeição uma biópsia deve ser realizada. O tratamento depende de uma série de fatores, como idade, localização e profundidade da lesão, questões estéticas e econômicas. Normalmente é feita a retirada cirúrgica da lesão, mas a crioterapia (congelação) ou eletrocauterição (queimadura) podem sem indicadas em casos selecionados. A radioterapia deve ser indicada em casos mais avançados, em áreas não passíveis de cirurgia. As taxas de cura destas modalidades terapêuticas superam os 90%.

(Foto: divulgação)
Dr. Ellias Magalhães é médico
 oncologista da Oncomed BH
A melhor maneira de se prevenir o câncer de pele é evitando a exposição solar, especialmente entre os horários de 10 a 16h, no qual a intensidade dos raios é maior. Atenção especial deve ser dada à proteção da pele das crianças. O filtro solar deve ser aplicado nas áreas expostas ao sol e reaplicação a cada 2 horas é recomendado. O fator de proteção depende da tonalidade da pele, mas deve ser pelo menos 30%, sendo que peles mais claras necessitam de um fator de proteção maior. O uso de utensílios como chapéus, bonés, óculos escuros e roupas mais longas ajudam na prevenção das lesões causadas pelo sol.


Câncer de pele, um problema de saúde pública Câncer de pele, um problema de saúde pública Reviewed by Redação on 9/23/2013 01:19:00 PM Rating: 5

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